quarta-feira, 4 de maio de 2011

"flexibilização de horário de trabalho"

Por estes dias foi lançado o repto: para "part-time lovers", para aqueles que acreditam num mercado de trabalho mais flexivel, para que se unissem e falassem sobre o assunto.

Pois aqui está algo em que acredito, e até já acreditava e aspirava, bem antes de ter pensado em filhos!
Mas eu tenho, ou tinha, uma profissão daquelas em que o contacto com o público é muito reduzido, ficando-se por reuniões ocasionais e trocas de ideias com clientes, patrões, outros colaboradores e, ou, entidades envolvidas.
De modo que o essencial, a certa altura, se resume a um computador e quanto muito o telefone.
Ora esse é o tipo de trabalho que se faz bem é quando a pessoa está para aí virada.
E tive, muitas vezes, a sensação que se pudesse sair do escritório, ir espairecer um bocado ou mesmo levar o trabalho para casa que as coisas avançariam, mas como isso é um absurdo, o trabalhador fica confinado ao seu escritório, mas em vez de trabalhar ele passeia-se pela net, faz uns joguinhos ou outra qualquer coisa até que se consiga concentrar.
E o patrão pagou horas de lazer, em vez de trabalho!
Pois é aqui que tudo reside: para a entidade patronal o tempo é que é de ouro, o tempo efectivo no local de trabalho, em vez de objectivos cumpridos.
Quantas vezes não apelei ao tele-trabalho? Mais ainda que a um part-time?
Quantas vezes não invejei as realidades como a da Noruega? (ver aqui)
Porque isso sim é o que parece mais saudável.
Felizmente sempre tive patrões compreensivos, que dentro do razoável permitiam-me uma certa flexibilização no horário: compensava mais uma hora por dia, por uma, ocasional, tarde de sexta feira sem trabalhar, por exemplo.
Mas depois engravidei e graças ao mais que tudo que temos por cá - leia-se o meu homem - tive a oportunidade de ficar a trabalhar em casa e foi o melhor que nos pode acontecer.
O trabalho ia-se fazendo entre uma pausa para colocar a máquina a lavar, o fazer do almoço ou até a caminhada da tarde, mas fazia-se e fazia-se bem!
E só de imaginar aqueles momentos de sono extremo em que o sofá era mesmo a única hipótese viável a acontecerem num escritório...
E depois nasceu a minha filhota, fiquei mesmo em casa e (ou)... acabei esquecida!
(mas isso já é outra história...)

Para quem estiver interessado no tema, recomendo a leitura deste blog: http://revolucionarparaflexibilizar.blogspot.com , onde se reúnem várias opiniões sobre o assunto.
Porque o trabalho devia ser, muito mais, um meio, do que uma prioridade!

7 comentários:

  1. Xi um tema com pano para mangas.
    Por aqui passa-se mais tempo de lazer do que de trabalho, ate que fico sem temas p procurar da net, de tanto tempo livre que tenho.
    Mas isto já faz parte da crise.
    Mas adorava ter um horário diferente mas claro o salario tb adorava q fosse maior. Por isso tenta-se conciliar o trabalho com o ser mae e mulher.
    bjs

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  2. este movimento está a ser muito positivo no sentido em que afinal somos mais do que havia imaginado com histórias comuns.

    as nossas vidas têm de se ajustar.
    os nossos empregos têm de se ajustar.

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  3. é mesmo Sofia, é bem verdade!
    Becas e Tella, um beijo para cada uma...

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  4. ai Sofia...o meu tb é mais "passear" na net do que trabalhar... e tu escreves mt bem que dá vontade de ler até ao fim, tens mts capacidades e como mãe tb e não estás esquecida, a tua pequena precisa da mamã a tempo inteiro, se eu pudesse faria igual. Eu acho que estou é esquecida no tempo, isto ñ me leva a lado nenhum, ou seja, no fim vou para casa para ter com os mais que tudo, embora que por vezes me coloquem os cabelos em pé.
    BJS
    ISABEL

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  5. vou emigrar para a Noruega, sim lá podemos consiliar o trabalho com o de sermos mães ou pais.
    Gostei sofia.
    BJS
    ISABEL

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  6. Adorei Sofia.
    Mas em Portugal acho que a se conseguir isto ainda levaria muitos anos para se irem mudando mentalidades. Os patrões regem-se mais pelo regime escravatura do que pelo lado humano, é mais "estou-te a pagar fazes o que te mando e sais às horas que te mando e a tua vida privada não me interessa"
    Sinceramente acho que eramos todos mais felizes, um país mais humano e muito mais cívico.... e sinceramente acho que o que mais falta neste país mesmo e o que nos está a levar ao fundo do poço é mesmo a falta de civismo e humanidade.

    Márcia

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